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Verdadeiro ou Falso

Acho que todos os que cresceram em Lisboa, cresceram com a fantasia de um castelo medieval encantado, com a imagem do nosso honrado Castelo de São Jorge. Uns dizem que este é, de facto, um castelo medieval, outros, no entanto, dizem que se trata de uma construção de Salazar (imaginem o disparate!) e que a única coisa “antiga” é o Sítio Arqueológico. Qual será a verdade? Vejamos...


O castelo de São Jorge foi sendo modificado ao longo dos tempos. A sua área mais antiga trata-se do Sítio Arqueológico, que data da Idade do Ferro (sécs. VII a.C. a III a.C.), onde se encontram estruturas habitacionais; nessa área encontramos ainda um Bairro Islâmico (séc. XI a XII) e vestígios de um palácio, o palácio dos Condes de Santiago (séc. XV a XVIII) que foi “construído sobre as edificações de época islâmica”.


A fortificação do castelo foi construída pelos mouros em meados do séc. XI, e era a única forma de proteção para as elites que viviam na cidadela (isto é, nas casas cujas estruturas ainda são visíveis no Sítio Arqueológico do castelo).


Após o cerco e eventual conquista de Lisboa em 1147, o castelo passou a acolher o Rei, a Corte, o Bispo e até mesmo o arquivo real, assim como acabou por ser o local de eleição para receber as mais ilustres personagens (quer nacionais, quer estrangeiras). Neste período “áureo”, diversas torres foram integradas no castelo, tais como: a torre de Menagem, a mais importante, sendo um posto de comando privilegiado e onde era hasteado o estandarte real; a Torre do Haver ou Torre do Tombo, onde eram guardados o tesouro real e o arquivo do reino (desde o reinado de D. Fernando – 1367-1383), que passou para o Mosteiro de São Bento após a ruína da torre com o terramoto e, mais tarde, para a atual Torre do Tombo (na Alameda da Universidade, em Lisboa); e a Torre do Paço, assim chamada por estar próxima do antigo passo real e provavelmente estar ligada a ele.

Com a união ibérica, em 1580, o castelo passa a ter uma função mais militar, que se mantém até inícios do séc. XX. Durante esse tempo, o castelo tem diversas renovações, mas a maior dá-se após o terramoto de 1 de novembro de 1755, com a “aparição de muitas construções novas que vão escondendo as ruínas mais antigas”.


Chegando finalmente ao tempo de Salazar, foram feitas grandes obras de restauro entre 1938 e 1940, nas quais se redescobriu o castelo e os vestígios do paço real, tendo sido resgatadas construções antigas. Até ao fim do séc. passado, várias investigações arqueológicas promovidas ajudaram a “constatar a antiguidade da ocupação no topo da colina”, o que contribuiu quando, por Decreto Régio de 1910, o Castelo de São Jorge foi considerado Monumento Nacional.


Assim, podemos verificar que é verdade que o castelo é uma construção medieval com bases até anteriores, a história de Salazar não vai mais além do que obras de restauro e possíveis modificações mínimas. Talvez a única coisa que não consigamos confirmar agora é a história de Martim Moniz (cuja porta existe e encontra-se próximo do Sítio Arqueológico) …


Teresa da Costa, 11º 3I


Fonte: Castelo de São Jorge (castelodesaojorge.pt)

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